segunda-feira, 22 de março de 2021

BREVE HISTÓRIA DO CINEMA

 

A origem do cinema está associada à invenção do cinematógrafo, no século XIX, um aparelho capaz de capturar “imagens-movimento”.

Um dos fenômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a capacidade de captação (ou captura) da “imagem-movimento”, isto é, da apreensão de imagens dinâmicas da realidade, e não estáticas, como é o caso da fotografia. A captura da “imagem-movimento” foi possível a partir de 1889 com a criação do cinetoscópio por William Dickson, assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison. Esse invento e os modelos que o sucederam na década seguinte contribuíram para o desenvolvimento do cinema tal como o compreendemos hoje, ou seja, a arte cinematográfica.

O cinema, portanto, teve origem no cinetoscópio, que, todavia, não projetava as imagens em telões. O espectador do cinetoscópio tinha de observar (durante um tempo-limite de 15 minutos) as imagens no interior de uma câmara escura por meio de um orifício em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada pelo cinetoscópio não podia ser feita coletivamente. Edison não chegou a patentear o invento, o que abriu portas para outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoarem o modelo.

No ano de 1892, o francês Léon Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio, desenvolver o cinematógrafo, um modelo que conseguia gravar e projetar a luz das imagens-movimento em tela, em quadros por segundo. Contudo, Bouly não possuía dinheiro para registrar a patente do invento. O cinematógrafo acabou por ser patenteado pelos irmãos Lumière, que passaram, a partir de 1895, a fazer várias produções cinematográficas de pequena capacidade e a exibi-las em sessões especiais para isso.

A primeira exibição de filme feito por Auguste e Louis Lumière ocorreu em 22 de março de 1895. O filme era intitulado “La Sortie de L'usine Lumière à Lyon” (A saída da Fábrica Lumière em Lyon) e registrava a saída dos funcionários do interior da empresa Lumière, na cidade de Lyon, na França. Foi ainda com os irmãos Lumière que começaram as primeiras “direções cênicas” para o cinema. O cinematógrafo logo passou a registrar não apenas cenas do cotidiano, mas também cenas dramáticas, elaboradas com certo nível de teatralidade, como bem atesta o sociólogo Edgar Morin na obra “O Cinema, ou O homem imaginário”:

“Mas, por sua própria natureza, e desde o seu aparecimento, o cinematógrafo era essencialmente espetáculo: ele exibia suas cenas a espectadores, para espectadores, e implicava assim a teatralidade que ele desenvolveria em seguida através da direção, da mise-en-scène. De resto, os primeiros filmes do cinetoscópio já apresentavam lutas de boxe, atrações de music-hall e pequenas cenas. O próprio cinematógrafo, desde seu primeiro dia, já mostrava o homem que regava as plantas sendo regado pela mangueira. A 'espetacularidade cênica' aparece assim ao mesmo tempo que o cinematógrafo.”

Mas seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema afirmar-se-ia enquanto arte. E isso ocorreu, sobretudo, pela ação de artistas interessados em teatro, mágica (e ilusionismo) e todo tipo possível de efeito cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès, que dirigiu “Viagem à Lua”, em 1902, conseguindo com esse filme efeitos visuais verdadeiramente impressionantes para a época.

Após os filmes de Meliès, surgiram as produções de D. W. Griffith, nos Estados Unidos, as do expressionismo e do “Movimento de Câmera”, na Alemanha, do surrealismo, na Espanha, e o cinema soviético, sobretudo com nomes como Vertov e Eisenstein.

 

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A ARTE AFRICANA NA HISTÓRIA

 

Podemos dizer que os africanos conseguiram produzir uma arte bastante livre, mas ainda assim preservando o rigor que suas tradições exigiam em busca de um entendimento da espiritualidade e ancestralidade.

A história da arte africana originou-se no período pré-histórico, quando a humanidade ainda não havia inventado a escrita.

Suas esculturas mais antigas encontradas, datam de 1.500 a.C., e foram produzidas pela cultura Nok, na região onde hoje se localiza a Nigéria.

Na África subsaariana, o povo Igbo Ukwu realizou belos trabalhos em metais, principalmente bronze, além de utilizar a terracota, marfim e pedras preciosas.

Mas o material mais utilizado pelos povos africanos certamente foi a madeira, com a qual produziram máscaras e esculturas.

Infelizmente, grande parte dessas peças se perdeu, devido às intempéries climáticas e também por conta da intolerância religiosa por parte dos muçulmanos e cristãos, que entraram em contato com essas civilizações e destruíram parte de seus acervos culturais.

 

MÁSCARAS AFRICANAS

As máscaras são recorrentes na maior parte dos povos da África.

Nas várias culturas que lá existem, elas fazem parte do universo artístico e expressivo, além de serem fortes elementos de conexão entre os seres humanos e o mundo espiritual.

Elas foram e são produzidas, na maior parte das vezes, como instrumento de rituais, de maneira que se tornam também disfarces, representações de deuses, de forças da natureza, antepassados e de seres de outro mundo, além de animais.

Outra ponto importante é o fato dessas peças serem criações de uma pessoa especial na comunidade. Lá, os artistas têm a responsabilidade de produzir máscaras que representem toda a coletividade, e não apenas os anseios e inspirações individuais, como no Ocidente.

 

A INFLUÊNCIA DA ÁFRICA NA ARTE MODERNA

No final do século XIX e início do século XX, novas bases para a arte ocidental estavam sendo criadas, as chamadas vanguardas europeias.

Alguns artistas se depararam nesse período com a arte produzida pelos povos africanos e ficaram impactados, incorporando assim elementos afros em suas produções.

O artista que usou a arte africana mais intensamente foi o espanhol Pablo Picasso. Esse pintor incluiu referências diretas dessa arte em suas obras, sobretudo de máscaras tribais.

Picasso foi um dos responsáveis pela criação do movimento cubista, que fragmentava as figuras, trazendo uma nova maneira de enxergar o mundo e representá-lo.

Mas antes da fase cubista, o pintor esteve mergulhado em inspirações da arte da África e produziu muitas obras com alusões africanas, o que o auxiliou a chegar às bases do cubismo.

Certamente, o que impressionou os europeus foi a liberdade, imaginação e capacidade dos povos africanos de relacionar o universo profano com o sagrado, o que foi ao encontro dos interesses dos modernistas.

 

ARTE AFRICANA EM MUSEUS EUROPEUS

Em 2018, foi elaborado um documento que propõe que os museus franceses deverão devolver o acervo artístico e cultural dos povos africanos para seu continente de origem. Isso porque, a maior parte das peças de arte africanas encontra-se em museus na Europa, pois foram levadas da África pelos povos colonizadores.

Estipula-se um período de cinco anos para que esse patrimônio volte aos seus países de forma temporária ou permanente.

 

ARTE AFRICANA CONTEMPORÂNEA

Quando falamos em "arte africana" normalmente pensamos na história da arte africana e nos artefatos produzidos pelas comunidades tribais há muitos anos.

 

Entretanto, assim como no resto do mundo, a África continua produzindo arte e possui também artistas contemporâneos com produções que trazem enorme contribuição para o mundo atual.

Alguns nomes de destaque, suas nacionalidades e linguagens artísticas, são:

 

Zanele Muholi (África do Sul) - fotografia

Bili Bidjocka (Camarões) - instalações e vídeo

George Osodi (Nigéria) - fotografia

Kader Attia (Argélia) - fotografia e outros meios

Kudzanai Chiurai (Zimbábue) - fotografia, audiovisual e pintura

Kemang Wa Lehulere (África do Sul) - várias linguagens

Guy Tillim (África do Sul) - fotografia, documentário

Tracey Rose (África do Sul) - performance, fotografia

Aïda Muluneh (Etiópia) – fotografia

 

CARACTERÍSTICAS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Uma das principais características da cultura afro-brasileira é que não há homogeneidade cultural em todo território nacional.

A origem distinta dos africanos trazidos ao Brasil forçou-os a apropriações e adaptações para que suas práticas e representações culturais sobrevivessem.

Assim, é comum encontrarmos a herança cultural africana representada em novas práticas culturais.

As manifestações, rituais e costumes africanos eram proibidos. Só deixaram de ser perseguidos pela lei na década de 1930, durante o Estado Novo de Getúlio Vargas.

Assim, elas passaram a ser celebradas e valorizadas, até que, em 2003, é promulgada a lei nº 10.639 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação).

Essa lei exigiu que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio tenham em seus currículos o ensino da história e cultura afro-brasileira.

 

Os dois grupos de maior destaque e influência no Brasil são:

- os Bantos, trazidos de Angola, Congo e Moçambique.

- os Sudaneses, oriundos da África ocidental, Sudão e da Costa da Guiné.

Devemos ressaltar que as regiões mais povoadas com a mão de obra africana foram: Bahia, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Isso devido à grande quantidade de escravos recebidos (região Nordeste) ou pela migração dos escravos após o término do ciclo da cana-de-açúcar (região Sudeste).

De partida, temos de frisar que a cultura afro-brasileira é parte constituinte da memória e da história brasileira. Ela compõe os costumes e as tradições: a mitologia, o folclore, a língua (falada e escrita), a culinária, a música, a dança, a religião, enfim, o imaginário cultural brasileiro.

 

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segunda-feira, 15 de março de 2021

O UNIVERSO DAS ARTES – A ETERNA NOVIDADE DO MUNDO

 

O meu olhar é nítido como um girassol.

Tenho o costume de andar pelas estradas

Olhando para a direita e para a esquerda,

E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento

É aquilo que nunca antes eu tinha visto,

E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,

Reparasse que nascera deveras...

Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do mundo.

(Alberto Caeiro / Fernando Pessoa)

 

A expressão “eterna novidade do mundo” refere-se a junção do eterno e do novo, o que é aparentemente impossível, e essa unidade é feita pelos e para os humanos. É o que chamamos de arte.

 

A arte é, assim, a busca do novo. É dessa forma que Claude Monet pintou várias vezes a mesma catedral e, em cada tela, nasceu uma nova catedral.

 

A obra de arte dá a ver, a ouvir, a sentir, a pensar, a dizer. Nela e por ela, a realidade se revela como se jamais a tivéssemos visto, ouvido, dito, sentido ou pensado. É a experiência de nascer todo dia para a “eterna novidade do mundo”.

 

O que há de espantoso nas artes é que elas realizam o desvendamento do mundo recriando o mundo noutra dimensão e de tal maneira que a realidade não está aquém e nem na obra, mas é a própria obra de arte. Talvez a melhor comprovação disso seja a música. Feita de sons, será destruída se tentarmos ouvir cada um deles ou reproduzi-los como no toque de um corpo de cristal ou de metal. A música, pela harmonia, pela proporção, pela combinação de sons, pelo ritmo e pela percussão, cria um mundo sonoro que só existe por ela, nela e que é ela própria. Recolhe a sonoridade do mundo e de nossa percepção auditiva, mas reinventa o som e a audição como se estes jamais houvessem existido, tornando o mundo eternamente novo.

ESTÉTICA - NOÇÕES INICIAIS

 

A noção de estética, formulada e desenvolvida nos séculos XVIII e XIX, pressupunha:

 

1. Que a arte é produto da sensibilidade, da imaginação e da inspiração do artista e que sua finalidade é a contemplação;

 

2. Que a contemplação, do lado do artista, é a busca do belo (e não do útil, nem do agradável ou prazeroso) e, do lado do público, é a avaliação ou o julgamento do valor de beleza atingido pela obra;

 

3. Que o belo é diferente do verdadeiro.

 

De fato, o verdadeiro é o que é conhecido pelo intelecto por meio de demonstrações e provas. O belo, ao contrário, tem a peculiaridade de possuir um valor universal, embora a obra de arte seja essencialmente particular, ou seja, não dá pra comparar com outra. Quando leio um poema, escuto uma música ou observo um quadro, posso dizer que são belos ou que ali está a beleza, embora esteja diante de algo único e incomparável.

 

Leve – Zeppa / Jorge Vercilo

 

Levitar dos colibris

Graciosamente breve

Como pode tão feliz?

Censurar, ninguém se atreve

 

Não precisam inventar

Qualquer coisa que me eleve,

Basta teu sorriso pra dispensar

Asa-delta e ultraleve

 

Se carece de definição: me sinto leve

Céu azul na bolha de sabão que o vento leve

Como folha, o coração

 

Ao te refletir, um espelho em si

Vira quadro, vira arte

Salvador Dali não ousou imaginar-te

 

E eu me sinto flutuar,

Maravilha que me elege

Feito pipa pelo ar, mar azul na areia bege

Como brisa a me beijar

Teu carinho me protege

Me abraça, me derrete ao brincar

Como o mar no iceberg

 

Com você não tem explicação

Me sinto leve

Céu azul na bolha de sabão

E o vento rege como folha, o coração

 

Ao te refletir, um espelho em si

Vira quadro, vira arte

Salvador Dali não ousou jamais imaginar-te.

segunda-feira, 8 de março de 2021

AS CORES


A cor tem uma importância muito grande em nossas vidas. Até algum tempo atrás, nossos livros, revistas e jornais eram feitos em preto e branco.

Na arte, a cor é um elemento importantíssimo de expressividade; através dela o artista consegue transmitir toda a sua mensagem.

 

CORES PRIMÁRIAS – São cores puras, sem nenhuma mistura: vermelho, amarelo e azul.

CORES SECUNDÁRIAS – são o resultado da mistura de duas cores primárias:

amarelo + azul = verde

amarelo + vermelho = alaranjado

azul + vermelho = roxo

 

CORES TERCIÁRIAS – são obtidas pela mistura de uma cor primária e uma cor secundária:

amarelo + laranja = amarelo alaranjado

amarelo + verde = amarelo esverdeado

vermelho + laranja = vermelho alaranjado

vermelho + roxo = vermelho arroxeado

vermelho + verde = marrom

azul + verde = azul esverdeado

azul + roxo = azul arroxeado

 

CORES QUENTES – são aquelas que nos dão a sensação de calor, alegria, emoção, agitação e luminosidade: amarelo, vermelho e laranja.

 

CORES FRIAS – são aquelas que nos passam uma sensação de tristeza, frio, escuridão e medo: azul, verde e roxo.

 

CORES NEUTRAS – são aquelas que não formam outras cores, embora participem em misturas para deixar as cores primárias e terciárias com diferentes tonalidades ou nuanças: preto, branco e cinza.

 

MONOCROMIA – é o uso de uma única cor em vários tons. Para obtermos tons mais claros acrescentamos a tinta branca e para tons mais escuros, a tinta preta.

 

POLICROMIA – é o uso de várias cores.

IVAN CRUZ – PINTOR CABO-FRIENSE

 POR Laura Aidar

 

Ivan Cruz é conhecido por retratar em telas as diversas brincadeiras antigas de criança.

Suas obras exibem o universo infantil de forma alegre e colorida e, por isso, encantam os pequenos e trazem aos adultos a nostalgia da infância.

 

O ARTISTA E SUAS PINTURAS

Ivan Cruz nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e teve uma infância muito rica do ponto de vista lúdico. Se formou em direito em 1970, mas sempre esteve envolvido com o universo das artes. Assim, em 1986 passa a se dedicar à pintura, quando já estava morando em Cabo Frio.

Seu objetivo sempre foi exercitar a criatividade, sem necessariamente entrar para algum movimento artístico. Fez aulas na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro no final dos anos 80 e passou a expor seu trabalho na região. Nessa época, as pinturas exibiam temas variados.

Foi no início dos anos 90 que Ivan Cruz realiza sua primeira obra abordando as brincadeiras de criança. A tela iria para uma exposição em Portugal, mas devido ao sucesso que teve na sua cidade, o artista decidiu cancelar a mostra na Europa e se dedicar a expor em seu país.

Foi a partir de então que começa a explorar ainda mais as diferentes brincadeiras em seus quadros, sempre retratando o divertimento que ele próprio tinha em seus tempos de menino.


ALGUNS EXEMPLOS DE BRINCADEIRAS DE CRIANÇA

 

Amarelinha

Passa anel

Taco (bétia)

Peteca

Bambolê

Diabolô

Pipa

Carrinho de rolemã

Patinete

Pular corda

Lenço atrás

Bolinhas de gude

Balanço

Pula cela (pula carniça)

Cinco Marias (pedrinhas ou saquinhos)

Roda (cirandas)

Jogo de varetas

Cama de gato (barbante)

Bafo (figurinhas)

Corrida de saco

Ovo na colher

Balança caixão

Corrupio

Cabo de guerra

Pau de sebo...